O Humor como Estratégia de Satirização do Cotidiano Secretarial Questões de Gênero (Social e Textual/Discursivo) Imbricadas no Curso “Atención Telefónica”

Conteúdo do artigo principal

Eduardo César Pereira Souza
https://orcid.org/0000-0002-6418-2128
Karine Freitas Souza
https://orcid.org/0000-0001-6492-7225

Resumo

O humor tem sido pauta de pesquisa em diferentes áreas do conhecimento como a Filosofia, a Sociologia, a Psicanálise e a Linguística, mesmo que em cada uma delas os objetivos de estudo sejam diferenciados. Em se tratando do Secretariado, é comum veem-se pela internet piadas, cartuns, charges, quadrinhos, dentre outros, envolvendo o trabalho e/ou as próprias secretárias. Tendo em vista tais afirmativas, pergunta-se: No gênero textual newsletter, quais são as estratégias de satirização do cotidiano secretarial percebidas a partir da conexão entre humor e gênero (social/textual/discursivo)? O objetivo geral deste trabalho é conhecer como se estabelece a construção das estratégias de satirização do cotidiano secretarial na newsletter “Los trucos de Erika”. A fundamentação teórica do trabalho está pautada em autores como Raskin (1985, 1987, 1991), Propp (1992), Minois (2003), Bergson (2007) etc. Sobre os aspectos metodológicos, o estudo é qualitativo na abordagem do problema, exploratório no objetivo e documental quanto aos procedimentos técnicos adotados. O corpus é constituído por nove lições do curso “Atención Telefónica”, recebidas por e-mail, na newsletter “Los trucos de Erika”, entre 13 de fevereiro a 9 de março de 2017, a partir do cadastro no blog espanhol “Anécdotas de Secretarias”. Com base nas análises realizadas, foi possível constatar que as estratégias de humor empregadas partem da utilização da personagem-símbolo, Erika Martin, das sátiras ao comportamento das trabalhadoras nos escritórios e seus desdobramentos com os chefes/colaboradores/clientes e da metalinguagem como forma de criticar a própria prática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos
Biografia do Autor

Eduardo César Pereira Souza, Universidade Federal do Amapá, UNIFAP

Professor Substituto no curso de Tecnologia em Secretariado da Universidade Federal do Amapá (Unifap). Mestre em Linguística pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). 

Karine Freitas Souza, Universidade Federal da Bahia, UFBA

Professora Adjunta I da Universidade Federal da Bahia (UFBA), atuando no Curso de Secretariado Executivo e no Mestrado Profissional em Segurança Pública, Justiça e Cidadania (PROGESP/UFBA).

Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

 

Referências

Alberti, V. (1999). O riso e o risível na história do pensamento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

Attardo, S. (1994). Linguistic Theories of Humor. New York: Mouton de Gruyter.

Aufrecht, S. E. (2001, July). When should a manager cross the road? The appropriate use of humor in public organizations. Proceedings of Critical Management Studies Conference, Manchester, United Kingdom, 2.

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Bergson, H. (2007). O riso: ensaio sobre a significação da comicidade (I. C. Benedetti, Trad.). (2a ed.). São Paulo: Martins Fontes.

Berger, P. (1997). Redeeming laughter. Berlin: Walter de Gruyter.

Collinson, D. L. (1988). Engineering Humor: masculinity, joking and conflict in shop floor relations. Journal of Organization Studies, 9, 181-199.

Collinson, D. L. (2001). Managing Humour. The Journal of Management Studies, 39(3), 269-288.

Comte-Sponville, A. (1995). Pequeno tratado das grandes virtudes. São Paulo: Martins Fontes.

Denzin, N. K. & Lincoln, Y. S. (2006). Introdução: a disciplina e a prática da pesquisa qualitativa. In N. K. Denzin & Y. S. Lincoln (Orgs.). O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens (2a. ed.). Porto Alegre: Artmed.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2020). Truque. In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020. Recuperado em 17 outubro, 2020, de https://dicionario.priberam.org/truque

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (2020). Anedota. In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020. Recuperado em 17 novembro, 2020, de https://dicionario.priberam.org/Anedota

Douglas, M. (1975). Implicit Meanings. London: Routledge.

Duarte, S. (2005, agosto). O “boom” hoteleiro em São Paulo e a presença do humor no atendimento: uma pesquisa sobre a percepção dos colaboradores. Anais do Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, São Paulo, SP, Brasil, 8.

Eco, U. (1986). Travels in Hyperreality. Orlando, FL: Harcourt-Brace.

Fernandes, R. (2020). O que é newsletter? Veja como funcionam e-mails informativos de empresas. Recuperado em 13 outubro, 2020, de https://www.techtudo.com.br/listas/2020/05/o-que-e-newsletter-veja-como-funcionam-e-mails-informativos-de-empresas.ghtml

Freud, S. (1977). Os chistes e sua relação com o inconsciente. Rio de Janeiro: Imago.

Fry, W. F. (1963). Sweet Madness: a study of humor. Palo Alto: Pacific Books.

Funes, M. (2001). O poder do riso: um antídoto contra a doença. São Paulo: Ground.

Grugulis, I. (2001, July). Nothing serious? Candidates’ use of humour in management training: expressing and containing resistance. Proceedings of Critical Management Studies Conference, Manchester, United Kingdom, 2.

Hatch, M. J. (1993). Spontaneous Humour as an Indicator of Paradox and Ambiguity. Organization Studies, 14(4), 505.

Helder, R. (2006). Como fazer análise documental. Porto: Universidade de Algarve.

Irigaray, H. A. R., Saraiva, L. A. S., & Carrieri, A. de P. (2010). Humor e Discriminação por Orientação Sexual no Ambiente Organizacional. RAC, 14(5), 890-906.

Linstead, S. (1985). Jokers Wild: the Importance of Humour in the Maintenance of Organizational Culture. The Sociological Review, 33, 741-767.

Long, D. L. & Graesser, A. C. (1988). Wit and Humor in Discourse Processing. Discourse Processes, 1, 35-60.

Minois, G. (2003). História do riso e do escárnio. São Paulo: UNESP.

Moody, R. (1978). Cura pelo poder do riso. Rio de Janeiro: Nórdica.

Mulkay, M. (1988). On Humor: its nature and its place in modern society. Oxford: Basil Blackwell.

Neves, L. F. B. (1970). O triste bom humor brasileiro. Revista de Cultura Vozes, 64(3), 222-224.

Propp, V. (1992). Comicidade e riso. São Paulo: Editora Ática.

Possenti, S. (1998). Os humores da língua: análises lingüísticas de piadas. Campinas: Mercado de Letras.

Raskin, V. (1985). Semantic mechanisms of humor. Dordrecht: D. Reidel.

Raskin, V. (1987). Linguistic Heuristics of Humor: a script-based semantic approach. International Journal of the Sociology of Language, 65, 11-25.

Rosas, M. (2003). Por uma teoria da tradução do humor. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, 19(spe), 133-161. https://doi.org/10.1590/S0102-44502003000300009

Real Academia Espanhola. (2019). Ito. In Diccionario de la lengua española. Recuperado em 17 outubro, 2020, de https://dle.rae.es/-ito

Sampieri, R. H., Collado, C. F., & Lucio, P. B. (1991). Metodología de la investigación. México: McGraw-Hill.

Ruch, W. (1993). Exhilaration and humor. New York: Guilford.

Souza, E. C. P. (2018). O humor como estratégia de satirização do cotidiano secretarial: questões de gênero (social, textual e discursivo) imbricadas no curso “Atención Telefónica” de "Los trucos de Erika". In Anais, 21 InPLA Intercâmbio de Pesquisas em Linguística Aplicada, São Paulo: PUCSP. Recuperado a partir de http://corpuslg.org/inpla/2018/wp-content/uploads/2019/06/book_of_abstracts_inpla_2018_hand-edited_with_cover.pdf

Wåhlin, N. (2001, July). Humour and irony as devices for identity constructions. Proceedings of Critical Management Studies Conference, Manchester, United Kingdom, 2.

Weber, A. C. (2014). A utilização do humor na publicidade: um estudo sobre o canal Porta dos Fundos. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil.

Wood, T., Jr., & Caldas, M. (2005). Rindo do que? Como consultores reagem ao humor crítico e à ironia sobre sua profissão. Organizações & Sociedade, 12(34), 83-101.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)